Olá pessoal. Hoje queria explicar-vos um bocadinho do porquê de ter escolhido tirar uma licenciatura em Serviço Social. Na verdade, o meu coração estava entre comunicação social e serviço social, mas, a vida quis que fosse Serviço Social.
Antes de vos dizer o porquê, queria muito dizer-vos que, ao contrário daquilo que muitas vezes ouvi pessoas dizerem, as Assistentes Sociais não são as pessoas que tiram os filhos aos pais, não são aquelas que só ajudam os pobrezinhos porque eles não têm mais ninguém e nem são, muitas vezes, as más da fita. Quer dizer, existem algumas que são sim, mas isso não existe em qualquer profissão?
Apaixonei-me pela profissão quando fiz o meu estágio numa Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e, foi aí, que soube que estava no sítio certo, no curso certo.
Acho tão hipócrita da parte das pessoas dizerem que nós somos apenas aquelas que ajudam os pobrezinhos ou aquelas que tiram as crianças aos pais. Porquê? Porque existem de facto pessoas que precisam muito que alguém lhes dê a mão, e essa pessoa pode ser cada um de nós. Nunca sabemos o amanhã e, por isso, é fundamental que alguém nos dê, também, a mão um dia. Tal como existem muitos pais que não sabem ser pais, acho que infelizmente não preciso de dar exemplos para compreenderem o que estou a dizer e, por isso, muitas crianças precisam de nós, da nossa presença e da nossa constante. De todos nós.
Na verdade, acho que a minha indecisão entre Comunicação Social e Serviço Social não saiu assim tão furada. Eu quero passar a palavra da importância da nossa profissão, da importância que tanta gente não lhe dá e que deveria dar.
Escolhi este curso quando soube que poderia ser eu a proteger muitas crianças, a proteger mulheres vítimas de violência doméstica, a ajudar os nossos idosos e, entre tantas outras coisas, a fazer a diferença na vida das pessoas.
Ás vezes digo a quem me é próximo que não precisamos de mudar o mundo. Não é isso que eu desejo. Eu só quero tocar a vida de alguém, puder torná-la um bocadinho melhor. Afinal, a dignidade das pessoas não são um dos direitos básicos da humanidade?
Não quero dar tudo a quem precisa, well, na verdade queria, se pudesse, mas não posso. Uma coisa que aprendi no 1.º ano de faculdade foi que nós não podemos só dar o peixe para as pessoas comerem, temos de as ensinar a pescar. O que quero dizer com isto é: muitas vezes temos de dar às pessoas aquilo que elas precisam naquele momento sim, porque são necessidades urgentes, mas a partir daí temos de as ensinar a obter as coisas por elas próprias. Muitas pessoas não sabem como e, porque é que não podemos ser todos educadores sociais?
Eu não escolhi Serviço Social, acredito que Serviço Social me escolheu e não podia estar mais feliz por isso. Afinal, não devemos ser todos felizes com aquilo que fazemos na vida?
Espero que tenham gostado, até à próxima.